quarta-feira, 6 de julho de 2011

Briga de Gigantes : Disputa no Mercado Varejo

O dono do Pão de Açúcar nunca perdeu uma grande briga. Agora, luta contra o sócio francês Casino e propõe uma sociedade ao inimigo Carrefour para continuar dando as cartas no mercado de varejo brasileiro.
Assim que concluiu a compra de 51% da Casas Bahia, em dezembro de 2009, o empresário paulista Abilio Diniz, 74 anos, fechou-se em uma sala e fez uma teleconferência para comemorar o negócio com o seu sócio Jean-Charles Naouri, presidente da rede francesa de supermercados Casino. Do outro lado do Atlântico, Naouri, 62 anos, presidente do Casino, chegou a dizer, na época, que abriria um vinho na primeira oportunidade que Diniz estivesse na capital francesa para celebrar o negócio. Dois anos depois, o idílio corporativo ficou para trás. Na terça-feira 27, após três horas de espera na Avenue Kléber, número 58, em Saint-Étienne, onde fica a sede do Casino, Diniz voltou para o Brasil em seu jatinho particular, sem ser recebido por Naouri.

Mas não voltou de mãos abanando. Um dia antes, ele havia se encontrado com Lars Olofsson, presidente mundial do Carrefour, e fechado os detalhes de um ousado plano para unir as operações do grupo Pão de Açúcar no Brasil com as do arquirrival do Casino na França, o que por si só explica o chá de cadeira que o sócio impôs ao brasileiro. “A operação, se aprovada, fortalecerá e consolidará o Pão de Açúcar na liderança do setor de varejo brasileiro”, afirmou Diniz à DINHEIRO (leia entrevista ao final da matéria).



O que Naouri não quis ouvir da boca do próprio Diniz são os detalhes da engenhosa estratégia de fusão que começou a ser desenhada em 2009, quando o empresário brasileiro iniciou uma aproximação com os controladores do Carrefour, segundo fontes que participaram da negociação. Ao longo de 2010, Diniz teve vários encontros secretos com os acionistas da rede francesa, que ajudaram a formular a proposta de união global. De forma resumida, seria formada uma holding batizada de Gama, que teria como sócios os atuais acionistas do Pão de Açúcar (família Diniz e Casino), o BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, e o banco BTG Pactual.

Estes dois últimos aportariam R$ 3,9 bilhões e R$ 690 milhões, respectivamente, por 21% do Novo Pão de Açúcar (NPA), empresa que seria listada na Bovespa e absorveria as operações do Carrefour no Brasil. O Carrefour da França deteria 50% do NPA. Os brasileiros, em contrapartida, passariam a ter uma fatia de 11,7% do Carrefour mundial, que poderia chegar até 18% ao longo do tempo. Nessa engenharia, Diniz passaria a deter, de forma direta e indireta, 17% do Novo Pão de Açúcar. A rede francesa Casino, 29%. “Não é uma proposta hostil, pois está sujeita à aprovação das duas empresas”, afirmou Pércio de Souza, sócio da butique financeira Estáter, que estruturou a fusão, representando Diniz. “Achamos que o resultado gera um valor enorme para as duas empresas. É uma operação ganha-ganha.”

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